sábado, 7 de setembro de 2013

"O Fantasma do Ervateiro!"

"O Fantasma do Ervateiro!"
*Ênio Ribeiro
**Paulo César Gabriel da Silva
Peão dos Ervais, também 
chamado de mineiro
ou ervateiro. Observe o tamanho do
raído (fardo), o qual podia pesar
até 200 kg

Monumento ao ervateiro, construído na administração
do Prefeito Tetila, o qual foi removido pelo seu Sucessor, prefeito Ari Artuzi.
Veja as diferenças (erros) cometidos no monumento esculpido, observando
as outras duas fotos. No monumento o ervateiro aparece com chapéu, quando na
verdade utilizava um pano amarrado na cabeça; o tamanho do raído é muito pequeno;
aparece com sandálias.


Foto de um ervateiro


09/03/2010 - 16:59 h, publicado no Jornal Virtual Douradosnews.


O folclore de Dourados ganhou mais um símbolo, sobretudo após a retirada do Ervateiro. Uma atitude equivocada, promovida pelos atuais inquilinos do poder, parece ter trazido um espécie de maldição aos algozes do Peão dos Ervais, haja vista que, nada dá certo lá pelos lados do Parque dos Jequitibás, Artuzi e Cia.



Há inclusive relatos de pessoas afirmando terem visto um vulto estranho, com uma carga enorme nas costas; isto tem ocorrido, sim senhor, lá pelas bandas da prefeitura nova. Seria o fantasma do ervateiro?



Brincadeiras a parte, nas terras de Marcelino Pires, foram homenageados os Colonos, com uma estátua na Praça Antônio João e um Monumento a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND).



As homenagens vão desde bustos, nomes de ruas, logradouros, prédios públicos, etc.; algumas personalidades são merecedoras, outras nem tanto, mas todas contribuíram para manter viva a Memória e a História local.



Na administração passada, a Funced acrescentou na Cidade, imagens de espécimes da fauna estadual como: tuiuús, onças, capivaras, peixe-dourado, etc., iniciativa criticada por uns, elogiada por outros. Há até quem defenda reivindicar para o MS o rótulo de Estado do Pantanal, como podemos ver a imaginação flui...



Mas e o ciclo econômico da erva-mate, bem como seus trabalhadores/símbolo - personagens desconhecidos dos Campos de Ervais (índios, paraguaios e outros povos) -, associado tão somente a Cia Mate Laranjeira, uma grande injustiça, porque não faz referência aos ervateiros; sobre eles, nada ou pouco se sabia, sendo então, a Estátua do Ervateiro, memória “viva”, representante direto da mão-de-obra, ou seja, o ervateiro em si.



O simpático e enigmático Ervateiro, criado por um artesão da Cidade ganhou toques, retoques e vida, interagindo assim com a população. Tinha como vizinhos: a Praça e o próprio Antonio João, o Colono Desconhecido, e um pouco mais distante, em uma rotatória, na Avenida Joaquim T. Alves, o busto Vargas, presidente que pôs fim ao ciclo da erva mate na Região, promovendo o início de um novo ciclo, através da Marcha para o Oeste.



Chocou-nos a manchete em maio de 2009: “Dourados amanhece sem a estatua do Ervateiro”. Provavelmente muitos componentes da nova administração não gostem do Tereré, ou do Chimarrão, certamente nem conhecem a História deste produto a nível regional*, mas exageraram na dose, em sendo assim, te cuida Monumento ao Colono! Eh Ah!



Após a lambança, o Sr. Passaia responsável pela Comunicação Oficial da Prefeitura, tentou explicar - protegendo assim o algoz e a omissa Funced - “temos um projeto para o Ervateiro, iremos construir em local mais apropriado para o Peão dos Ervais, um Memorial, provavelmente no Flórida”... Seria no fundo do lago? Enquanto isto... o Ervateiro “agoniza” em meio a sucatas, saída para Caarapó, coincidência ou não, Caarapó significa raiz de erva. Temos a impressão de que será um repouso eterno, logo, razões de sobra, tem a alma do coitado para continuar vagando...



O Peão tinha um sonho: ver a tão propalada reforma da Praça Antonio João, não foi possível: tombou antes. Mas não é tudo! Faltou dignidade na sua retirada, o Ervateiro pela sua história, merece tratamento mais digno, não poderia ter sido alvo de tamanha selvageria, ser desumanamente arrancado, ter suas pernas amputadas e jogado de uma forma tão deselegante e desconfortável, num caminhão qualquer.



Sugerimos que o mandem para a esquecida Praça do Cinqüentenário, lá na também esquecida Cabeceira Alegre, e na atualmente, também abandonada Cidade de Dourados, cujo perímetro urbano fora em passado não tão distante, habitado pelos também esquecidos indígenas, sem dúvida, também merecedores de um Monumento.



Para finalizar: resgatem o Ervateiro! Assim ele deixará de ser uma “alma penada”, que tentou alertar através de seu fardo: quem não tem competência para administrar, não deve se estabelecer de forma aventureira na: Gigante e Altaneira Dourados, talvez em Sucupira do Bem Amado fosse melhor...


*Dica a nova administração: se quiser saber mais sobre esta questão assistam o DVD CAA-A FORÇA DE UMA ERVA.


Paulo César Gabriel -funcionário público estadual, morador da Cabeceira Alegre, e de Dourados-Terra do Tereré.


*Enio Ribeiro de Oliveira, professor de geografia da rede estadual de ensino.

** Funcionário do Hemocentro (popular Paulinho)

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