Elpídio Chaves de Araújo, lavrador e churrasqueiro, 66 anos, residente nas imediações da Vila Cerrito, um homem bom de conversa, concedeu esta entrevista, no Restaurante La Ville - foto logo abaixo -, em 07 de maio de 2013, enquanto tomava prazeirosamente, uma cerveja Cristal, contou um pouco da sua história, a qual tem tudo a ver com a da Vila Cerrito.
Restaurante La Ville
Restaurante La Ville
Disse que ao final da década de 1960, trabalhava como condutor de boiadas e que, muitas vezes, ajudou a conduzir rebanhos de bovinos até a fazenda de "Seo" Abílio Ferreira, localizada no Distrito de Picadinha. É oportuno lembrar que Abílio Ferreira foi contador da Casa Comercial Cerrito, a primeira da Vila Cerrito, o qual, mais tarde se tornou proprietário da citada Fazenda no Distrito de Picadinha
Elpídio revelou que ao final da década de 1960, a Vila Cerrito, tinha o seu território quase todo ocupado por plantações de erva mate e que inúmeras vezes, estendeu uma rede em pés de erva mate, localizados nesta Vila, nos quais descansava um pouco ou mesmo dormia. Em muitas destas andaças, conduzindo bois ou boiada para a fazenda de Seo Abílio.
Na Vila Cerrito - acrescentou - ao final dos anos de 1960, havia o bolicho de Seo Aristides, no qual, comprava sardinha, cachaça, produtos que consumia enquanto estava acampado nesta Vila.
Maria Bonita
Havia também o bolicho de uma senhora, conhecida como "Maria Bonita", para o qual muitos peões se dirigiam, em virtude de ser ela uma mulher muito bonita: evidentemente, os "peões", alimentavam a esperança de serem merecedores dos carinhos desta mulher, inclusive, o "Seo" Elpídio. Porém, para a decepção dos mesmos, ela nunca se envolveu com nenhum deles.
Quartel de Ponta Porã
"Seo" Elpídio, contou que serviu no quartel de Ponta Porã, e que em 1967, por diversas vezes, esteve num destacamento deste quartel no Distrito de Picadinha, de onde eram realizadas incursões no combate ao contrabando de cigarros trazidos do Paraguai para Dourados. Este destacamento, segundo ele, localizava-se nas imediações do atual campo de futebol do Distrito de Picadinha.
Todo mundo andava armado
"Seo' Elpídio relatou que na década de 1960, todo mundo andava armado, ele mesmo, não se separava de um revólver, calibre 38. Porém, nunca o utilizou contra ninguém. Era muito comum - acrescentou -, as pessoas além do revólver andarem com um cinto e o alforge, carregados de muita munição (bala).
Dançar podia, desde que estivesse desarmado
Dançar podia, desde que estivesse desarmado
Inclusive, nos bailes, as pessoas, iam armadas. Todavia, na fazenda de "Seo" Lídio Lima, tal prática era uma exceção, haja vista que foi feito um acordo, estabelecendo que quem quisesse dançar em bailes promovidos pelo mesmo, deveria deixar a arma com a recepção, e somente quando fosse embora, pegá-la de volta.
Deixar a barba e o bigode crescer... acerto de contas na certa.
"Seo" Elpído disse que naquela época, uma pessoa quando deixava a barba e o bigode crescerem., tinha alguma encrenca com alguém. "Resolvida" a pendenga (resolver era matar), a barba e o bigode eram raspados, dificultando a identificação desta pessoa.
Uma filha artista
Uma filha artista
"Seo" Elpídio fala com muito orgulho de sua filha, Miriam Boeiro, que há cerca de dois anos se lançou como cantora de música sertaneja, compondo uma dupla com a Simone. As duas já lançaram CDs e DVDs. "Seo" Elpídio acredita, que ela, como cantora deverá fazer muito sucesso.
