A exploração econômica da erva mate no sul do Estado de Mato Grosso – atual Estado de Mato Grosso do Sul - na década de 1850, teve início com a abertura da navegação brasileira na região da Bacia Platina,na qual existia uma imensa área de vegetação de erva mate nativa. Com a navegação em território brasileiro implantada, o acesso, ao principal mercador consumidor, a Argentina, ficou facilitado. A exploração da erva mate, embora tenha se iniciado neste década, somente em 1890, tornou-se um empreendimento lucrativo, com a criação da Cia Mate Laranjeira, Esta empresa mobilizou milhares de mineiros ( peões dos ervais) para trabalharem nos ervais, constituído por indígenas ou paraguaios, sendo os paraguaios o maior contingente.. A criação da Cia Mate Laranjeira está relacionada com o empresário Tomás de Laranjeira, o qual durante a Guerra da Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai), todos unidos contra o Paraguai (1864/1870), abastecia com mantimentos às tropas brasileiras. O Estado Brasileiro acumulou uma pesada dívida junto a este empresário. Não podendo pagá-la, o Imperador, D. Pedro II,em 1882, concedeu 5.000.000 (cinco milhões) de hectares de terras, a Tomás de Laranjeira, aliás a maior concessão feita a um grupo privado, na história do País. A erva mate atingiu o seu auge na década de 1930. A partir desta década começa o seu declínio, por duas razões, a saber: a) a Argentina tornou-se autossuficiente na produção deste produto; b).a criação da Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND), segundo alguns historiadores, uma estratégia pensada pelo então, Presidente da República, Getúlio Vargas, para quebrar o monopólio e reduzir o poder político e econômico da Cia Mate Laranjeira. Erva Mate em Dourados Em Dourados, em meados da década de 1930, muitos produtores passaram a fazer a exploração econômica da erva mate de forma independente, isto é, não subordinados à Cia Mate Laranjeira. O Sr. Francisco de Matos, por exemplo ,plantou ao final desta década, 2.000 pés de erva mate, no Chacorru, (Vila Serrito), nas imediações do Aeroporto Municipal e construiu um barbaquá para o preparo da erva mate. No Chacorru ainda é possível encontrar alguns pés de erva mate remanescentes deste período. Até das décadas de 1950 e de 1960, a erva mate tinha grande importância na economia do Município, sendo denominada por isso mesmo, de o “Ouro Verde”. Não por acaso, o bairro Jardim Ouro Verde, neste período, ocupado por extensas plantações de erva mate recebeu este nome; o Cine Ouro Verde, cujos proprietários eram produtores de erva mate e que grandes lucros obtiveram com a exploração da erva mate, em sinal de gratidão, deram àquela Casa esta denominação. Diante da importância econômica e do que a erva mate, o tereré e o chimarrão significam também para a identidade cultural do Estado de Mato Grosso do Sul, é que os alunos dos 2º ano A, Ensino Médio, coordenados pelos professores Enio Ribeiro e Maria do Carmo, estão realizando nesta semana, discussões, debates, atividades culturais sobre estes três produtos. * Enio Ribeiro, professor de Geografia, na rede estadual de ensino.
Artigo publicado no jornal douradosinforma em 17/09/13
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Este blog tem como compromisso, relatar, analisar e debater temas, problemas e preocupações que no passado e na atualidade se verificaram ou se verificam em Dourados, Mato Grosso do Sul, Brasil e no Mundo.
terça-feira, 17 de setembro de 2013
Artigo: Um pouco de história da erva mate
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
Área de influência da Cia Mate Laranjeira
No momento que a Escola Menodora está realizando a Primeira Festa do Tereré, bem como a reflexão sobre o ciclo da erva mate em Mato Grosso do Sul, a publicação deste mapa ilustra muito bem o poder político e econômico desta empresa no século passado.
09/09/2013 07h06 -
Escola Menodora realiza a 1ª Festa e a 1ª Caminhada do Tereré
Artigo publicado no Jornal Virtual Douradosnews
Alunos do 2º Ano A, do ensino médio, período matutino, da Escola Menodora
Fialho de Figueiredo, estão responsáveis pela organização e a realização da 1ª
Festa e 1ª Caminhada do Tereré, sob a coordenação do Professor Enio Ribeiro de
Oliveira e da Coordenadora Maria do Carmo. O evento será realizado no dia 19 de
Setembro, no período da manhã.
Para o evento estão previstas as seguintes ações:
Caminhada saindo da Escola Menodora das 7;30 horas às 8:30h da manhã, percorrendo a Avenida Weimar Gonçalves Torres até a rua Toshinobu Katayama, deslocando desta até a Avenida Marcelino Pires e destá até à Câmara Municipal;Justificativa:
domingo, 8 de setembro de 2013
(19/09/2013)
Justificativa:
Tendo em vista ser o tereré, bebida muito apreciada e popularizada na cidade de Dourados, nós, os organizadores da 1ª Caminhada e Festa do Tereré da Escola Menodora, pensamos que a realização deste evento contribuirá para uma valorização maior de sua história. Afinal de contas, a erva mate é um produto que em meados do século passado, quando Mato Grosso do Sul ainda fazia parte do Mato Grosso, constituiu-se em um dos pilares da economia desta região.
Este evento que tem previstas várias ações – pesquisas, produção de artigos, documentários audiovisuais, poemas, etc., envolvendo alunos, professores, artistas e a sociedade douradense de maneira geral -, possibilitará à comunidade escolar saber mais sobre o tereré (sua origem, como tomá-lo, benefícios que traz para a saúde, importância econômica e o seu significado no imaginário popular), bem como da erva mate..
Objetivos:
- que este evento venha fazer parte do calendário anual das atividades culturais da Escola Menodora.
- que a população saiba mais sobre a história da erva mate e do tereré;
- que a população reflita profundamente sobre o papel desempenhado pelo tereré para a convivência mais harmoniosa das famílias e dos jovens douradenses, no encaminhamento e resolução de seus problemas comuns;
- que a população possa avaliar, o quanto o tereré e a erva mate, deram visibilidade ao Município de Dourados e ao Estado de Mato Grosso do Sul.
Público Alvo:
Direto: comunidade escolar da Escola Menodora;
Indireto: alunos de outras escolas, escritores, autoridades políticas, religiosas, comunitárias, etc e a população douradense de maneira geral;
Cronograma:
Agosto
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Setembro
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última semana
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primeira semana
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- Discussão e aprovação com os professores, coordenadores e direção da Escola Menodora do formato a ser adotado para a realização do evento.;
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- Buscar parceiros e patrocinadores;
- Selecionar livros, poemas, vídeos e obras relacionadas ao ciclo da erva mate e a origem do hábito de tomar o tereré.
- confecção de camisetas,adesivos, etc.
- Abertura das inscrições de trabalhos (vídeos, encenações teatrais, músicas, danças, etc) produzidos pelos alunos e demais membros da comunidade escolar ;
exposição dos trabalhos produzidos pela comunidade escolar (vídeos, poemas, canções, etc.), em murais existentes no pátio da escola;
- 16 e 17/09: exposição no pátio da Escola dos trabalhos produzidos;
- 19/09. Realização da Caminhada e apresentação de dos trabalhos e atividades culturais na Câmara Municipal de Dourados
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Sobre a inscrição: as pessoas que se inscreverem para apresentações culturais, trabalhos, utensílios utilizados para o consumo do tereré, receberão uma camiseta do evento. A inscrição será feita na Escola Menodora, dás 7;00h até às 11:20 com os alunos do 2º A O Valor da inscrição é de R$ 15,00
Valores da Premiação: Cuia mais original:
Caminhante mais antigo:
Caminhante mais jovem:
Bomba de tereré mais criativa ou original:;
Observação: os valores dos prêmios estão para serem decididos ainda.
PROGRAMAÇÃO:
- 16 de Agosto: divulgação do evento à todas as turmas da escola (períodos matutino, vespertino e noturno);
- 19/08 à 10/09: inscrição de pessoas ou grupos que queiram apresentar algum tipo de trabalho (vídeo, canção, dança, paródia, poema, desenho, charge, teatro);
-16 a 18/09: apresentação dos trabalhos inscritos, palestras, documentários,etc. produzidos pelos alunos da escola;
- exposição de cartazes, stands, frases, etc., no pátio da escola;
19/09:
- 7:30 h: início da caminhada, saindo da Escola Menodora ;
- 8;30 h: abertura das atividades previstas para serem realizadas na Câmara Municipal de Dourados:
Sobre as inscrições:
- Poderão ser inscritos trabalhos produzidos por membros da comunidade escolar e da sociedade em geral, desde que estejam relacionados ao tereré ou à erva mate;
- a inscrição destes trabalhos será feita mediante o pagamento de R$ 15,00, com direito a uma camiseta do evento;
Pontuação a ser dada aos alunos:
Pontuação (notas) para os alunos que participarem com atividades relativas a 1ª Festa e Caminhada do Tereré, nas disciplinas de Geografia e Sociologia (Professor Enio):
a) participação na caminhada e no evento na Câmara Municipal (1,0);
b) Interpretação musical (3,0 pontos);
c) Interpretação e composição musical e de paródias (5,0 pontos);
d) Produção de cartuns, charges e desenhos (até 5,0 pontos);
e) Encenações teatrais (até 5,0 pontos);
f) Confeçção de cartazes e criação de frases (2,0 pontos);
g) Declamação de Poemass (até 3,0 pontos);
h) Declamação e composição de poemas (5,0 pontos);
i) Produção de artigos jornalísticos (até 5,0 pontos);
j) Resenhas (5,0 pontos);
Execução e Organização:
2º ano A
Parceiros: Academia Douradense de Letras;
Fabricantes da erva mate para tereré;
Empresas Locais: supermercados, lojas comerciais e comerciantes de maneira geral;
Coordenação: Enio Ribeiro de Oliveira;
Maria do Carmo
sábado, 7 de setembro de 2013
Região Brasileira de ocorrência de Erva Mate Nativa
"O Fantasma do Ervateiro!"
"O Fantasma do Ervateiro!"
*Ênio Ribeiro
**Paulo César Gabriel da Silva
Peão dos Ervais, também
chamado de mineiro
ou ervateiro. Observe o tamanho do
raído (fardo), o qual podia pesar
até 200 kg
Monumento ao ervateiro, construído na administração
do Prefeito Tetila, o qual foi removido pelo seu Sucessor, prefeito Ari Artuzi.
Veja as diferenças (erros) cometidos no monumento esculpido, observando
as outras duas fotos. No monumento o ervateiro aparece com chapéu, quando na
verdade utilizava um pano amarrado na cabeça; o tamanho do raído é muito pequeno;
aparece com sandálias.
as outras duas fotos. No monumento o ervateiro aparece com chapéu, quando na
verdade utilizava um pano amarrado na cabeça; o tamanho do raído é muito pequeno;
aparece com sandálias.
09/03/2010 - 16:59 h, publicado no Jornal Virtual Douradosnews.
O folclore de Dourados ganhou mais um símbolo, sobretudo após a retirada do Ervateiro. Uma atitude equivocada, promovida pelos atuais inquilinos do poder, parece ter trazido um espécie de maldição aos algozes do Peão dos Ervais, haja vista que, nada dá certo lá pelos lados do Parque dos Jequitibás, Artuzi e Cia.
Há inclusive relatos de pessoas afirmando terem visto um vulto estranho, com uma carga enorme nas costas; isto tem ocorrido, sim senhor, lá pelas bandas da prefeitura nova. Seria o fantasma do ervateiro?
Brincadeiras a parte, nas terras de Marcelino Pires, foram homenageados os Colonos, com uma estátua na Praça Antônio João e um Monumento a Colônia Agrícola Nacional de Dourados (CAND).
As homenagens vão desde bustos, nomes de ruas, logradouros, prédios públicos, etc.; algumas personalidades são merecedoras, outras nem tanto, mas todas contribuíram para manter viva a Memória e a História local.
Na administração passada, a Funced acrescentou na Cidade, imagens de espécimes da fauna estadual como: tuiuús, onças, capivaras, peixe-dourado, etc., iniciativa criticada por uns, elogiada por outros. Há até quem defenda reivindicar para o MS o rótulo de Estado do Pantanal, como podemos ver a imaginação flui...
Mas e o ciclo econômico da erva-mate, bem como seus trabalhadores/símbolo - personagens desconhecidos dos Campos de Ervais (índios, paraguaios e outros povos) -, associado tão somente a Cia Mate Laranjeira, uma grande injustiça, porque não faz referência aos ervateiros; sobre eles, nada ou pouco se sabia, sendo então, a Estátua do Ervateiro, memória “viva”, representante direto da mão-de-obra, ou seja, o ervateiro em si.
O simpático e enigmático Ervateiro, criado por um artesão da Cidade ganhou toques, retoques e vida, interagindo assim com a população. Tinha como vizinhos: a Praça e o próprio Antonio João, o Colono Desconhecido, e um pouco mais distante, em uma rotatória, na Avenida Joaquim T. Alves, o busto Vargas, presidente que pôs fim ao ciclo da erva mate na Região, promovendo o início de um novo ciclo, através da Marcha para o Oeste.
Chocou-nos a manchete em maio de 2009: “Dourados amanhece sem a estatua do Ervateiro”. Provavelmente muitos componentes da nova administração não gostem do Tereré, ou do Chimarrão, certamente nem conhecem a História deste produto a nível regional*, mas exageraram na dose, em sendo assim, te cuida Monumento ao Colono! Eh Ah!
Após a lambança, o Sr. Passaia responsável pela Comunicação Oficial da Prefeitura, tentou explicar - protegendo assim o algoz e a omissa Funced - “temos um projeto para o Ervateiro, iremos construir em local mais apropriado para o Peão dos Ervais, um Memorial, provavelmente no Flórida”... Seria no fundo do lago? Enquanto isto... o Ervateiro “agoniza” em meio a sucatas, saída para Caarapó, coincidência ou não, Caarapó significa raiz de erva. Temos a impressão de que será um repouso eterno, logo, razões de sobra, tem a alma do coitado para continuar vagando...
O Peão tinha um sonho: ver a tão propalada reforma da Praça Antonio João, não foi possível: tombou antes. Mas não é tudo! Faltou dignidade na sua retirada, o Ervateiro pela sua história, merece tratamento mais digno, não poderia ter sido alvo de tamanha selvageria, ser desumanamente arrancado, ter suas pernas amputadas e jogado de uma forma tão deselegante e desconfortável, num caminhão qualquer.
Sugerimos que o mandem para a esquecida Praça do Cinqüentenário, lá na também esquecida Cabeceira Alegre, e na atualmente, também abandonada Cidade de Dourados, cujo perímetro urbano fora em passado não tão distante, habitado pelos também esquecidos indígenas, sem dúvida, também merecedores de um Monumento.
Para finalizar: resgatem o Ervateiro! Assim ele deixará de ser uma “alma penada”, que tentou alertar através de seu fardo: quem não tem competência para administrar, não deve se estabelecer de forma aventureira na: Gigante e Altaneira Dourados, talvez em Sucupira do Bem Amado fosse melhor...
*Dica a nova administração: se quiser saber mais sobre esta questão assistam o DVD CAA-A FORÇA DE UMA ERVA.
Paulo César Gabriel -funcionário público estadual, morador da Cabeceira Alegre, e de Dourados-Terra do Tereré.
*Enio Ribeiro de Oliveira, professor de geografia da rede estadual de ensino.
** Funcionário do Hemocentro (popular Paulinho)
Histórico da Erva-Mate (05/06/13)
INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO SITE DA ERVA MATE SANTO ANTONIO
Os
primeiros a fazerem uso da erva-mate foram os índios Guaranis, que habitavam a
região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da
chegada dos colonizadores espanhóis. Da metade do século XVI até 1632 a
extração de erva-mate era a atividade econômica mais importante da Província
Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná, e no qual fora
fundado 3 cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas.
A
erva-mate foi classificada em 1820 pelo botânico francês Saint-Hilaire, após
observar os ervais nativos em uma fazenda nas proximidades de Curitiba. Na
preparação da erva-mate destacam-se duas fases distintas: a primeira no erval,
a segunda nos engenhos. O preparo do mate nos ervais inicia-se com a colheita,
feita a facão ou a foice, transversalmente de baixo para cima. A hora propícia
a esta operação influencia na qualidade do produto, pois é necessário que as
folhas do mate não estejam molhadas pelo sereno, devendo a colheita ser
realizada nas primeiras horas de sol.O sapeco sucede ao corte e pode ocorrer de
duas maneiras distintas: manual e mecânica. Deve impedir a fermentação das
folhas e evitar que o mate perca seu aroma natural. O sapeco manual, realiza-se
na área do erval, e se dá no mesmo dia do corte. Consiste na rápida passagem
dos ramos da erva-mate sobre as chamas de uma fogueira. Após o sapeco manual
ocorre o quebramento da erva-mate, a separação dos ramos dos galhos grossos,
que são empilhados em forma de feixe. O sapeco mecânico consta de um grande
cilindro (de ferro ou de arame), em posição inclinada, onde a erva desgalhada
entra pela parte superior, e graças a seu movimento giratório sai sapecada na
parte inferior, devido ao ar quente que circula no seu interior, provocado
pelas chamas acessas embaixo. Após o sapeco, o mate passa pela secagem
definitiva no carijó ou barbaquá. O carijó é uma instalação de madeira, coberta
de tábuas ou telhas, abertas dos lados. Os feixes de erva sapecada são
colocados sobre um jirau de varas e submetidos ao calor provocado por uma
fogueira acessa em seu interior. No barbaquá a erva fica disposta num estrado
de madeira sobre a boca de um túnel que conduz o calor produzido por uma
fornalha situada na outra extremidade. O que diferencia o carijó do barbaquá é
Barbacuá,
que nesse último a fogueira não fica acessa diretamente sobre os ramos,
evitando o contato da fumaça com a erva. Depois da secagem, a erva-mate é
triturada ou cancheada, utilizando-se a força humana ou animal. O processo do
uso da força humana, a erva é colocada sobre um corpo de boi ou armação de
madeira e triturada por facões de pau, com 1,20 m de comprimento, recebendo
beneficiamento final nos pilões manuais. A erva-mate resultante é peneirada e
então denominada cancheada, constituindo a matéria prima utilizada nos engenhos
de beneficiamento. A erva sapecada no engenho recebe o beneficiamento final
através do sistema de soque, movido a água ou a vapor, recebendo após a
classificação em tipos comerciais. O acondicionamento da erva-mate pelos
indígenas se fazia em cestas de taquara. A partir do século XVI, passa a ser
acondicionamento em surrões (invólucro feito em couro de animais). Essa
embalagem, típica da exportação para o Uruguai e Argentina, apresentava a
vantagem da impermeabilidade do material que preservava o conteúdo durante
longo período. A partir dos meados do século XIX, os surrões são substituídos
pelas barricas de pinho, fabricadas em serrarias ou em oficinas artesanais. Com
a utilização das barricas, intensifica-se o uso de rótulos que eram nelas
aplicadas para a identificação do produto. Eram utilizados nas barricas para
distinguir o engenho, marca e tipo. Os rótulos expostos nas barricas circularam
no Paraná entre 1892 e 1921, sendo alguns impressos em Curitiba e outros
encomendados em São Paulo e Rio de Janeiro. O consumo da erva-mate se faz de
duas maneiras distintas: sob a forma de chimarrão ou chá. Para o consumo do
chimarrão, utiliza-se cuia (purungo), bomba e chaleira com água quente. O chá é
a bebida feita da infusão da folha do mate e pode ser consumido quente ou frio.
A erva-mate manteve-se como principal produto paranaense durante o período
entre a Emancipação Política do Paraná (1853) e a Grande Crise de 1929,
chegando a representar 85% da economia paranaense. As mudanças que ocorreram
nos meios de transporte se intensificaram com o desenvolvimento da economia
ervateira a partir do século XIX. A erva-mate era conduzida pelo homem, do lugar
da colheita até o engenho, através do raído – fardo de erva-mate que chegava a
pesar 200 Kg.Reuniões inspiram brasileiro a criar cerveja de erva-mate
ARTIGO EXTRAÍDO DO JORNAL VIRTUAL DOURADOS NEWS.
Fusão
de erva-mate e cerveja, o que dá? "Merveja"? "Cervate"? Em
alemão, fica mais fácil.
O brasileiro Fabrício Martins do Canto teve a ideia no final do ano passado e
um amigo ajudou a batizar a "Mier", mistura de mate e
"bier" - cerveja, em alemão.
Membro ativo do
recente Partido Pirata alemão, Fabrício desde o ano passado hospeda reuniões
políticas do grupo em seu café e espécie de "espaço multiuso", o Meta
Mate, na capital Berlim.
"O mate já é
em Berlim uma bebida de cena, eles chamam de 'club-mate'. E em convenções de
hackers e do partido pirata. É a bebida mais tomada", conta.
O
partido foi fundado a partir da iniciativa de hackers e de usuários da internet que queriam uma alternativa aos
partidos já existentes nas eleições. E a paixão do grupo pela bebida é
evidente, diz Fabrício.
"Caos
Computer Club, CCC. Esse é o 'hacker space' onde nasceu o Partido Pirata na
Alemanha. Todos os anos eles têm uma convenção famosíssima em dezembro em
Berlim, e em um final de semana no ano passado eles tomaram 6 mil litros de
club-mate e 500 garrafas de cerveja", lembra o gaúcho da cidade de
Alegrete.
Fabrício resolveu
unir as duas bebidas: uma, paixão mais recente no país e em outros lugares da
Europa; outra, tão tradicionalmente consumida na Alemanha que tem até uma
"lei áurea" que regulamenta a produção.
"Seguimos as
leis de pureza alemã (água, malte e lúpulo), acrescentando apenas o mate como
um quarto ingrediente", conta.
"Misturar
mate e bebida alcoólica não é uma coisa muito nova no Brasil.
Se você for em uma praia no Sul, vê o pescador tomando um chimarrão, uma
cachaça, um chimarrão... A ideia não foi minha!", brinca.
Ele também lembra
que já há ao menos uma cervejaria no Brasil que possui uma cerveja com sabor de
mate.
A diferença é que
os produtos originários do mate na Alemanha são feitos a partir de xarope de
mate, afirma o brasileiro. Já a cerveja criada por ele usa a própria erva.
"E no mês que vem estamos lançando os refrigerantes, que também são feitos
direto da erva-mate", antecipa.
Sucesso
O brasileiro, que
se mudou para Berlim pela primeira vez em 1994, afirma que a repercussão
positiva da nova bebida é tanta que já há interesse de pessoas em outros países
querendo vender o produto. E a ideia foi e continua sendo mantida com o
princípio de financiamento coletivo.
Amigos e
conhecidos que gostaram e quiseram apostar na ideia contribuíram inicialmente
com 20 euros, com direito a receber algumas garrafas da produção inicial.
"Começamos fazendo só a mistura, depois fizemos os primeiros 40 litros,
depois 400 litros, e agora estamos com dois tonéis de 800 litros cada."
O passo agora,
segundo Fabrício, é colher colaborações com cotas de 500 euros que darão ao
comprador o direito de ser acionista, com 1% de participação.
Entre as
características da cerveja estão o processo mais artesanal sem filtragem nem
pasteurização, 5,3% de teor alcoólico e 0,8 mg de cafeína a cada 100 ml, que
ajudam a deixar o bebedor "wired" ("ligado"). A quantidade
é bem menor que a existente em uma xícara de café (mais de 20 mg de cafeína no
mesmo volume), mas é bom lembrar que cerveja não se bebe em xícara.
"O mais
interessante é a substância theobromina. É algo que se encontra no chocolate e
também está na erva-mate mas não no café, e dá uma sensação de felicidade, bem
estar, bom humor", afirma, lembrando que a ideia não surgiu do nada.
"É uma coisa
com fundamento, eu pesquisei por alguns anos a erva-mate e consegui o apoio da
da Câmara da Indústria e Comércio de Berlim para uma pesquisa."
Uems incentiva produção da erva-mate no Assentamento Itamarati
ARTIGO PUBLICADO NOR JORNAL VIRTUAL DOURADOSNEWS.
Um
grupo de pequenos agricultores do Assentamento Itamarati, em Ponta Porã, será beneficiado por um projeto desenvolvido pela
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems) que visa incentivar a
produção de erva-mate. O projeto, intitulado “Cultivo da Erva-mate como
alternativa para o desenvolvimento rural sustentável no Assentamento Itamarati
em Ponta Porã-MS”, é coordenado pelo professor Moises Centenaro.
O projeto visa estimular o cultivo de erva-mate
como uma alternativa de renda aos agricultores. Entre os objetivos, está a
transmissão de técnicas de germinação, desenvolvimento de mudas, cuidados com o
solo, implantação de erva-mate e assessoramento agronômico e de gestão da
propriedade. “Queremos desenvolver 25 mil mudas que serão distribuídas a um
grupo de 25 assentados para que possam iniciar sua atividade nesta cultura”,
informa Moises.
Segundo
ele, os conhecimentos serão transmitidos através de palestras, acompanhamento prático e atendimento individualizado de
acordo com as particularidades de cada assentado. O projeto visa também
produzir mudas para que sejam utilizadas em implantação de reserva legal, pois
se trata de uma planta nativa da região e o assentamento necessita aumentar
suas reservas para se adequar à legislação ambiental. “O objetivo é transmitir
conhecimentos práticos para que os assentados após a implantação deste projeto
tenham experiência técnica para produzirem suas próprias mudas e ampliar a área
de cultivo, utilizando as técnicas agronômicas e de gestão para que a
propriedade seja eficiente gerando condições para que os assentados possam
permanecer em sua propriedade de forma sustentável”.
O projeto terá
ainda a participação de professores e alunos dos cursos de Administração e
Ciências Contábeis da Uems, um Agrônomo da Agência de Desenvolvimento Agrário e
Extensão Rural do Estado de Mato Grosso do Sul (Agraer) e da Prefeitura
Municipal de Ponta Porã.
O projeto foi
contemplado com recursos financeiros na ordem de R$ 35.683,20. A vigência do
projeto é de janeiro a dezembro de 2014.
PREFEITURA DE DOURADOS QUER PEQUENO PRODUTOR PRODUZINDO ERVA MATE
A Prefeitura de Dourados através da
Secretaria de Agricultura Familiar e Economia solidária vai iniciar
o processo de fomento à produção de erva-mate, produto responsável pela
fundação do município de Dourados.
O município está inserido no projeto
“Apoio e Fortalecimento da Cadeia Produtiva da Erva-Mate”, desenvolvido em parceria entre a Agraer e a Sudeco
(Superintendência para o Desenvolvimento do Centro- Oeste).
De
acordo com o secretário de Agricultura Landmark Ferreira Rios, Dourados faz
parte do projeto “Erva-Mate para a Região Sul de Mato Grosso do Sul”. Landmark
diz que já conversou inclusive com o superintendente da Sudeco, Marcelo
Dourado, que se prontificou a dar todo apoio ao projeto.
Para o
secretário, além de resgatar uma cultura histórica, que atraiu os primeiros
moradores para a região, sendo a principal economia regional no final do século
XIX, a erva-mate vai inclusive poder ser utilizada como reserva legal, desde
que plantada de acordo com as normas do Ministério do Meio Ambiente.
“Além
de ser um produto muito valorizado no mercado, poderá ajudar o produtor
familiar a resolver o problema da reserva legal nas propriedades onde a mata
foi devastada”, afirma Landmark.
É mais
uma ação da Prefeitura de Dourados para diversificar a economia e gerar renda
ao pequeno produtor, como defende o prefeito Murilo. Além de ter dois
assentamentos, na região de Itahum, o Amparo e o Lagoa Grande, Dourados tem
inúmeras pequenas propriedades que poderão acrescentar essa cultura no seu
processo produtivo.
A
erva-mate (Ilex paraguariensis) é uma árvore da família das aquifoliáceas,
originária da região subtropical da América do Sul no Paraguai. É consumida
como chá quente (chimarrão) ou gelada (tereré). O tereré é a bebida típica de
Mato Grosso do Sul, sendo consumida bastante em Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Também é usada para a fabricação de corantes.
Estudos
detectaram a presença de muitas vitaminas, como do complexo B, vitamina C e
vitamina D, além de sais minerais, como cálcio, manganês e potássio na erva.
Também combate os radicais livres, auxilia na digestão e produz efeitos
antirreumático, diurético, estimulante e laxante.
ERVA MATE, CHIMARRÃO, TERERÉ, MATO GROSSO DO SUL E DOURADOS, UMA HISTÓRIA DE CUMPLICIDADE
O
que a erva mate, o tereré, o chimarrão, o Estado de Mato Grosso do Sul e
Dourados têm em comum?
Cuia de Tereré. Este utensílio se
apresenta nos mais variados formatos
Resposta:
uma história de cumplicidade, intimidade, e o mais interessante, combinando
momentos de alegria, relaxamento, e porque não dizer, contribuindo para que
todos àqueles que cultivam o hábito de tomar uma destas duas bebidas, tenham
melhor saúde, evidentemente, desde que observem algumas regras, tais como: o
horário em que deve tomá-la, não a tomar em excesso,etc.
A
erva mate, quando ingerida na forma de tereré, chimarrão ou chás tem uma ação
digestiva, diurética e combate o colesterol. Serve também para retardar o sono,
razão pela qual, não deve ser ingerida à noite, por àquelas pessoas que tem
dificuldade para dormir.
Sobre a erva mate é importante ressaltar que a
partir da década de 1930 se constituiu, em um produto extremamente relevante
para a economia do município de Dourados. Somente a partir da década de 1970, é
que ela foi suplantada em importância econômica pela cultura da soja.
Sua exploração
econômica não só em nosso município, mas em todo o sul de todo o Estado de Mato
Grosso do Sul, foi realizada pela CIA Mate Laranjeiras, a partir de 1890. Mas
também existem registros de exploradores independentes, isto é, não estavam a
serviço da Cia Mate Laranjeiras, exploravam a erva mate em Dourados e região
por conta própria.
No
Município de Dourados, a região da Vila Serrito, próxima a Cidade Universitária,
foi
Pé de Erva Mate existente na Vila Serrito,
planrta remanescente da epóca que a região
era coberta por um imenso erval.
Era comum os peões armarem redes entre
dois pés de erva mate e tirarem um soneca.
a primeira a registrar a exploração da erva mate. Os relatos de Sr.
Alkindar de matos, são de que em meados
de 1935, foram plantados nesta região, dois mil pés de erva mate pelo seu avô,
o Sr. Francisco de Matos. Já na cidade de Dourados, onde atualmente está
localizado o Jardim Ouro Verde e região, as plantações de erva mate, tomavam
conta, tendo entre um dos seus exploradores, Emídio Rosa e família. Aliás, o
nome deste bairro, se explica pelo fato de nas décadas de 1950 e 1960, a erva
mate ter contribuído para a prosperidade econômica e o sustento de muitas
famílias, sendo denominada por isto de “ o Ouro
Verde”. Também o Cine Ouro Verde, recebeu este nome, em virtude da
família de Emídio Rosa, ter obtido no período citado, grandes lucros com o
cultivo da erva mate, o que a levou a colocar este nome naquela Casa de Cultura
(o primeiro cinema da Cidade), como reconhecimento e gratidão aos lucros obtidos
coma a exploração econômica da erva mate.
O
Sr. Alberto Caçati, um dos pioneiros de Dourados, pai do Professor, Antonio
Leopoldo Van Suypene, fez muitas viagens à Campo Grande, em meados do Século
XX, com carretas puxadas por bois, levando nas mesmas erva mate, produzidas
pela família de Joâo Cândido Câmara para ser comercializada naquela Cidade.
Atualmente,
embora não exista mais plantações de erva mate em Dourados, é cena muito comum jovens,
crianças e idosos, em frente às suas casas ou embaixo de árvores e até mesmo no
interior das empresas, tomando ora o tereré, ora o chimarrão. Decisões importantes,
namoros, soluções de problemas familiares e da comunidade, etc, são muito comuns, inspirados pelo clima de
companheirismo e de uma relação de igualdade que ocorre entre as pessoas se
reúnem nasrodas de tereré ou de chimarrão.
Este
pequeno resgate histórico tem como objetivo demonstrar o porque da erva mate, o
tereré e o chimarão serem tão reverenciados pelo povo de Dourados.
Diante
de tudo o que foi exposto, meu amigo leitor, espero que você possa avaliar
porque a comunidade escolar da Escola Menodora, resolveu organizar a Primeira
Festa e Caminhada do Tereré em Dourados, no dia 19 de Setembro.
A
nossa comunidade escolar parte da premissa de que estes produtos que tanta
importância tiveram e ainda tem na
economia do Município de Dourados e da grande visibilidade que deram ao nosso
Estado, precisam ter as suas histórias resgatadas e cultuadas pelas gerações
atuais e futuras. Estas gerações precisam saber sobre a origem, valor econômico
e o que simbolizam a erva mate, o tereré e o chimarrão na história do Estado de
Mato Grosso do Sul e porque são produtos que ultrapassaram fronteiras
internacionais e já são consumidos, inclusive, em outros continentes.
A
erva mate, o tereré e o chimarrão tem servido de inspiração à poetas, cantores,
escritores, políticos, estudantes, etc., para construírem as identidades
culturais de Mato Grosso do Sul e de Dourados, as quais para serem realizadas
satisfatoriamente, em toda sua plenitude, forçosamente tem que incluir estes três produtos. Dito em outras
palavras: a erva mate, o tereré, o chimarrão, Mato Grosso do sul e Dourados,
podem ser vistas cinco histórias distintas, história; mas podem ser analisadas
também como uma única história. Você, amigo leitor, ainda tem alguma dúvida
quanto a esta afirmação?
Enio
Ribeiro de Oliveira
Professor
de Geografia da rede estadual de Ensino. Atualmente leciona para o ensino médio
na Escola Menodora.
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