INFORMAÇÕES EXTRAÍDAS DO SITE DA ERVA MATE SANTO ANTONIO
Os
primeiros a fazerem uso da erva-mate foram os índios Guaranis, que habitavam a
região definida pelas bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai, na época da
chegada dos colonizadores espanhóis. Da metade do século XVI até 1632 a
extração de erva-mate era a atividade econômica mais importante da Província
Del Guairá, território que abrangia praticamente o Paraná, e no qual fora
fundado 3 cidades espanholas e 15 reduções jesuíticas.
A
erva-mate foi classificada em 1820 pelo botânico francês Saint-Hilaire, após
observar os ervais nativos em uma fazenda nas proximidades de Curitiba. Na
preparação da erva-mate destacam-se duas fases distintas: a primeira no erval,
a segunda nos engenhos. O preparo do mate nos ervais inicia-se com a colheita,
feita a facão ou a foice, transversalmente de baixo para cima. A hora propícia
a esta operação influencia na qualidade do produto, pois é necessário que as
folhas do mate não estejam molhadas pelo sereno, devendo a colheita ser
realizada nas primeiras horas de sol.O sapeco sucede ao corte e pode ocorrer de
duas maneiras distintas: manual e mecânica. Deve impedir a fermentação das
folhas e evitar que o mate perca seu aroma natural. O sapeco manual, realiza-se
na área do erval, e se dá no mesmo dia do corte. Consiste na rápida passagem
dos ramos da erva-mate sobre as chamas de uma fogueira. Após o sapeco manual
ocorre o quebramento da erva-mate, a separação dos ramos dos galhos grossos,
que são empilhados em forma de feixe. O sapeco mecânico consta de um grande
cilindro (de ferro ou de arame), em posição inclinada, onde a erva desgalhada
entra pela parte superior, e graças a seu movimento giratório sai sapecada na
parte inferior, devido ao ar quente que circula no seu interior, provocado
pelas chamas acessas embaixo. Após o sapeco, o mate passa pela secagem
definitiva no carijó ou barbaquá. O carijó é uma instalação de madeira, coberta
de tábuas ou telhas, abertas dos lados. Os feixes de erva sapecada são
colocados sobre um jirau de varas e submetidos ao calor provocado por uma
fogueira acessa em seu interior. No barbaquá a erva fica disposta num estrado
de madeira sobre a boca de um túnel que conduz o calor produzido por uma
fornalha situada na outra extremidade. O que diferencia o carijó do barbaquá é
Barbacuá,
que nesse último a fogueira não fica acessa diretamente sobre os ramos,
evitando o contato da fumaça com a erva. Depois da secagem, a erva-mate é
triturada ou cancheada, utilizando-se a força humana ou animal. O processo do
uso da força humana, a erva é colocada sobre um corpo de boi ou armação de
madeira e triturada por facões de pau, com 1,20 m de comprimento, recebendo
beneficiamento final nos pilões manuais. A erva-mate resultante é peneirada e
então denominada cancheada, constituindo a matéria prima utilizada nos engenhos
de beneficiamento. A erva sapecada no engenho recebe o beneficiamento final
através do sistema de soque, movido a água ou a vapor, recebendo após a
classificação em tipos comerciais. O acondicionamento da erva-mate pelos
indígenas se fazia em cestas de taquara. A partir do século XVI, passa a ser
acondicionamento em surrões (invólucro feito em couro de animais). Essa
embalagem, típica da exportação para o Uruguai e Argentina, apresentava a
vantagem da impermeabilidade do material que preservava o conteúdo durante
longo período. A partir dos meados do século XIX, os surrões são substituídos
pelas barricas de pinho, fabricadas em serrarias ou em oficinas artesanais. Com
a utilização das barricas, intensifica-se o uso de rótulos que eram nelas
aplicadas para a identificação do produto. Eram utilizados nas barricas para
distinguir o engenho, marca e tipo. Os rótulos expostos nas barricas circularam
no Paraná entre 1892 e 1921, sendo alguns impressos em Curitiba e outros
encomendados em São Paulo e Rio de Janeiro. O consumo da erva-mate se faz de
duas maneiras distintas: sob a forma de chimarrão ou chá. Para o consumo do
chimarrão, utiliza-se cuia (purungo), bomba e chaleira com água quente. O chá é
a bebida feita da infusão da folha do mate e pode ser consumido quente ou frio.
A erva-mate manteve-se como principal produto paranaense durante o período
entre a Emancipação Política do Paraná (1853) e a Grande Crise de 1929,
chegando a representar 85% da economia paranaense. As mudanças que ocorreram
nos meios de transporte se intensificaram com o desenvolvimento da economia
ervateira a partir do século XIX. A erva-mate era conduzida pelo homem, do lugar
da colheita até o engenho, através do raído – fardo de erva-mate que chegava a
pesar 200 Kg.
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