O
que a erva mate, o tereré, o chimarrão, o Estado de Mato Grosso do Sul e
Dourados têm em comum?
Cuia de Tereré. Este utensílio se
apresenta nos mais variados formatos
Resposta:
uma história de cumplicidade, intimidade, e o mais interessante, combinando
momentos de alegria, relaxamento, e porque não dizer, contribuindo para que
todos àqueles que cultivam o hábito de tomar uma destas duas bebidas, tenham
melhor saúde, evidentemente, desde que observem algumas regras, tais como: o
horário em que deve tomá-la, não a tomar em excesso,etc.
A
erva mate, quando ingerida na forma de tereré, chimarrão ou chás tem uma ação
digestiva, diurética e combate o colesterol. Serve também para retardar o sono,
razão pela qual, não deve ser ingerida à noite, por àquelas pessoas que tem
dificuldade para dormir.
Sobre a erva mate é importante ressaltar que a
partir da década de 1930 se constituiu, em um produto extremamente relevante
para a economia do município de Dourados. Somente a partir da década de 1970, é
que ela foi suplantada em importância econômica pela cultura da soja.
Sua exploração
econômica não só em nosso município, mas em todo o sul de todo o Estado de Mato
Grosso do Sul, foi realizada pela CIA Mate Laranjeiras, a partir de 1890. Mas
também existem registros de exploradores independentes, isto é, não estavam a
serviço da Cia Mate Laranjeiras, exploravam a erva mate em Dourados e região
por conta própria.
No
Município de Dourados, a região da Vila Serrito, próxima a Cidade Universitária,
foi
Pé de Erva Mate existente na Vila Serrito,
planrta remanescente da epóca que a região
era coberta por um imenso erval.
Era comum os peões armarem redes entre
dois pés de erva mate e tirarem um soneca.
a primeira a registrar a exploração da erva mate. Os relatos de Sr.
Alkindar de matos, são de que em meados
de 1935, foram plantados nesta região, dois mil pés de erva mate pelo seu avô,
o Sr. Francisco de Matos. Já na cidade de Dourados, onde atualmente está
localizado o Jardim Ouro Verde e região, as plantações de erva mate, tomavam
conta, tendo entre um dos seus exploradores, Emídio Rosa e família. Aliás, o
nome deste bairro, se explica pelo fato de nas décadas de 1950 e 1960, a erva
mate ter contribuído para a prosperidade econômica e o sustento de muitas
famílias, sendo denominada por isto de “ o Ouro
Verde”. Também o Cine Ouro Verde, recebeu este nome, em virtude da
família de Emídio Rosa, ter obtido no período citado, grandes lucros com o
cultivo da erva mate, o que a levou a colocar este nome naquela Casa de Cultura
(o primeiro cinema da Cidade), como reconhecimento e gratidão aos lucros obtidos
coma a exploração econômica da erva mate.
O
Sr. Alberto Caçati, um dos pioneiros de Dourados, pai do Professor, Antonio
Leopoldo Van Suypene, fez muitas viagens à Campo Grande, em meados do Século
XX, com carretas puxadas por bois, levando nas mesmas erva mate, produzidas
pela família de Joâo Cândido Câmara para ser comercializada naquela Cidade.
Atualmente,
embora não exista mais plantações de erva mate em Dourados, é cena muito comum jovens,
crianças e idosos, em frente às suas casas ou embaixo de árvores e até mesmo no
interior das empresas, tomando ora o tereré, ora o chimarrão. Decisões importantes,
namoros, soluções de problemas familiares e da comunidade, etc, são muito comuns, inspirados pelo clima de
companheirismo e de uma relação de igualdade que ocorre entre as pessoas se
reúnem nasrodas de tereré ou de chimarrão.
Este
pequeno resgate histórico tem como objetivo demonstrar o porque da erva mate, o
tereré e o chimarão serem tão reverenciados pelo povo de Dourados.
Diante
de tudo o que foi exposto, meu amigo leitor, espero que você possa avaliar
porque a comunidade escolar da Escola Menodora, resolveu organizar a Primeira
Festa e Caminhada do Tereré em Dourados, no dia 19 de Setembro.
A
nossa comunidade escolar parte da premissa de que estes produtos que tanta
importância tiveram e ainda tem na
economia do Município de Dourados e da grande visibilidade que deram ao nosso
Estado, precisam ter as suas histórias resgatadas e cultuadas pelas gerações
atuais e futuras. Estas gerações precisam saber sobre a origem, valor econômico
e o que simbolizam a erva mate, o tereré e o chimarrão na história do Estado de
Mato Grosso do Sul e porque são produtos que ultrapassaram fronteiras
internacionais e já são consumidos, inclusive, em outros continentes.
A
erva mate, o tereré e o chimarrão tem servido de inspiração à poetas, cantores,
escritores, políticos, estudantes, etc., para construírem as identidades
culturais de Mato Grosso do Sul e de Dourados, as quais para serem realizadas
satisfatoriamente, em toda sua plenitude, forçosamente tem que incluir estes três produtos. Dito em outras
palavras: a erva mate, o tereré, o chimarrão, Mato Grosso do sul e Dourados,
podem ser vistas cinco histórias distintas, história; mas podem ser analisadas
também como uma única história. Você, amigo leitor, ainda tem alguma dúvida
quanto a esta afirmação?
Enio
Ribeiro de Oliveira
Professor
de Geografia da rede estadual de Ensino. Atualmente leciona para o ensino médio
na Escola Menodora.
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