ARTIGO EXTRAÍDO DO JORNAL VIRTUAL DOURADOS NEWS.
Fusão
de erva-mate e cerveja, o que dá? "Merveja"? "Cervate"? Em
alemão, fica mais fácil.
O brasileiro Fabrício Martins do Canto teve a ideia no final do ano passado e
um amigo ajudou a batizar a "Mier", mistura de mate e
"bier" - cerveja, em alemão.
Membro ativo do
recente Partido Pirata alemão, Fabrício desde o ano passado hospeda reuniões
políticas do grupo em seu café e espécie de "espaço multiuso", o Meta
Mate, na capital Berlim.
"O mate já é
em Berlim uma bebida de cena, eles chamam de 'club-mate'. E em convenções de
hackers e do partido pirata. É a bebida mais tomada", conta.
O
partido foi fundado a partir da iniciativa de hackers e de usuários da internet que queriam uma alternativa aos
partidos já existentes nas eleições. E a paixão do grupo pela bebida é
evidente, diz Fabrício.
"Caos
Computer Club, CCC. Esse é o 'hacker space' onde nasceu o Partido Pirata na
Alemanha. Todos os anos eles têm uma convenção famosíssima em dezembro em
Berlim, e em um final de semana no ano passado eles tomaram 6 mil litros de
club-mate e 500 garrafas de cerveja", lembra o gaúcho da cidade de
Alegrete.
Fabrício resolveu
unir as duas bebidas: uma, paixão mais recente no país e em outros lugares da
Europa; outra, tão tradicionalmente consumida na Alemanha que tem até uma
"lei áurea" que regulamenta a produção.
"Seguimos as
leis de pureza alemã (água, malte e lúpulo), acrescentando apenas o mate como
um quarto ingrediente", conta.
"Misturar
mate e bebida alcoólica não é uma coisa muito nova no Brasil.
Se você for em uma praia no Sul, vê o pescador tomando um chimarrão, uma
cachaça, um chimarrão... A ideia não foi minha!", brinca.
Ele também lembra
que já há ao menos uma cervejaria no Brasil que possui uma cerveja com sabor de
mate.
A diferença é que
os produtos originários do mate na Alemanha são feitos a partir de xarope de
mate, afirma o brasileiro. Já a cerveja criada por ele usa a própria erva.
"E no mês que vem estamos lançando os refrigerantes, que também são feitos
direto da erva-mate", antecipa.
Sucesso
O brasileiro, que
se mudou para Berlim pela primeira vez em 1994, afirma que a repercussão
positiva da nova bebida é tanta que já há interesse de pessoas em outros países
querendo vender o produto. E a ideia foi e continua sendo mantida com o
princípio de financiamento coletivo.
Amigos e
conhecidos que gostaram e quiseram apostar na ideia contribuíram inicialmente
com 20 euros, com direito a receber algumas garrafas da produção inicial.
"Começamos fazendo só a mistura, depois fizemos os primeiros 40 litros,
depois 400 litros, e agora estamos com dois tonéis de 800 litros cada."
O passo agora,
segundo Fabrício, é colher colaborações com cotas de 500 euros que darão ao
comprador o direito de ser acionista, com 1% de participação.
Entre as
características da cerveja estão o processo mais artesanal sem filtragem nem
pasteurização, 5,3% de teor alcoólico e 0,8 mg de cafeína a cada 100 ml, que
ajudam a deixar o bebedor "wired" ("ligado"). A quantidade
é bem menor que a existente em uma xícara de café (mais de 20 mg de cafeína no
mesmo volume), mas é bom lembrar que cerveja não se bebe em xícara.
"O mais
interessante é a substância theobromina. É algo que se encontra no chocolate e
também está na erva-mate mas não no café, e dá uma sensação de felicidade, bem
estar, bom humor", afirma, lembrando que a ideia não surgiu do nada.
"É uma coisa
com fundamento, eu pesquisei por alguns anos a erva-mate e consegui o apoio da
da Câmara da Indústria e Comércio de Berlim para uma pesquisa."
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