*Enio Ribeiro de Oliveira
No
dia 03 de novembro elegeremos a nova direção do Sindicato dos Trabalhadores em
Educação de Dourados (SIMTED). A chapa 01 (Compromisso
e Luta) tem como candidata a professora Jane Gleice, e, na qual eu estou
concorrendo para ocupar a pasta de
formação sindical.
Por
conta disso, neste artigo, farei uma reflexão a respeito do que está em jogo
nestas eleições, bem como sobre o trabalho que deve ser realizada pela pasta de
formação sindical.
Primeiramente
quero dizer que estão inscritas três chapas, porém, as chapas 02 e 03, tem
concepções diferentes sobre como conduzir o SIMTED. Neste artigo refletirei
sobre a concepção de sindicalismo sustentada pela chapa 01.
Partimos
do pressuposto de que sindicato deve ser independente em relação ao empregador,
no nosso caso, a prefeitura e ao governo do Estado. A ação sindical deve partir
do entendimento de que as nossas conquistas sindicais só ocorrerão mais
intensamente se tivermos clareza de que estamos numa luta de classes, onde as
administrações públicas (municipal,estadual e federal), embora, eleitas pelo
povo, são reféns do estado burguês. Isto implica compreender que os
governantes, normalmente, só atendem as nossas reivindicações quando submetidos
a grandes pressões e fortes mobilizações dos trabalhadores em educação.
Os
dirigentes para terem os trabalhadores bem mobilizados e dispostos a entrarem
resolutos na luta, precisam conduzir o SIMTED fazendo a disputa permanente de
rumos, de orçamento, de aprofundamento da democracia participativa nos aspectos
políticos e econômicos. Esta é a única forma de assegurar que os educadores visualizem
os limites, possibilidades e desafios colocados para atingirem os objetivos
desejados.
Aqui
a reside a nossa maior divergência com as outras duas chapas e com a própria
direção atual da FETEMS, pelo fato destas superestimarem o poder de negociações
de cúpula, isto é, entre as direções e
comissões de negociação indicadas pelo sindicato para negociarem junto aos governos do município ou do estado. Estão a meu ver, equivocados por
passarem a mensagem de que os trabalhadores em educação terão suas conquistas obtidas como resultado da ação de dirigentes e comissões habilidosos
em negociar junto aos governos municipal e estadual, cabendo aos educadores,
quase sempre, apenas trabalharem nas escolas, não sendo necessárias
paralisações, passeatas, greves, etc, o que é o sonho de todos os educadores,
porém, numa sociedade de classes, as conquistas resultam da capacidade de luta
de cada classe social. Eu disse classe social e não apenas dos dirigentes.
Nós
da chapa 01, entendemos que as negociações envolvendo tão somente a cúpula
sindical – dirigentes e comissões - e os governantes - devem ocorrer, porém, sob
intensa mobilização da categoria seja na forma de debates, mobilizações, greves,
etc., tendo em vista que às políticas e os recursos públicos são disputados pelos
diferentes atores sociais (empresários, trabalhadores, comerciantes,etc). Logo
àqueles atores sociais que tiverem maior poder de pressão levam a melhor.
O
que estou a dizer é que os dirigentes sindicais precisam exercer os seus
respectivos mandatos educando os educadores que as melhoras que buscamos nos
aspectos salariais, condições de trabalho
e qualidade na educação, as obteremos somente através de lutas e mobilizações
que envolvam toda a categoria e não apenas através das articulações e da
capacidade negociação de nossos dirigentes.
Outro
aspecto importante é qualificarmos a forma como fazemos a disputa de recursos
financeiros. Sou da opinião de que precisamos contratar uma assessoria de
tributaristas no sindicato que possa nos subsidiar nas negociações junto aos
governantes, os quais apresentam números maquiados como estratégia para
justificarem o não pagamento de melhores salários, oferecimento de melhores
condições de trabalho e dotar as escolas da necessária infra-estrutura e assim
viabilizarem um ensino de melhor qualidade.
Formação Sindical
Com
relação a pasta de formação sindical eu penso que precisamos ser ousados e
tentar desenvolver uma ação unificada com os demais sindicatos existentes em
Dourados e região, a qual, passa pela
realização de reuniões, debates, fóruns, produção de documentos, publicação de
artigos na imprensa, etc.,contemplando as bandeiras de lutas comuns a todos os
sindicatos: saúde, educação, moradia, transporte, abastecimento popular,
economia solidária.
Porque
defendo esta ação? Por que toda vez que existem eventos realizados pelas
Prefeituras, Governos Estadual e Federal e instituições (universidades,
escolas, igrejas,etc) na forma de fóruns, conferências, seminários, audiências
públicas, congressos, etc., os sindicatos não apresentam uma proposta
consolidada do movimento sindical. Normalmente o que ocorre, no desespero ou no
desejo de salvar a imagem do movimento sindical é um dirigente de forma
voluntarista apresentar propostas que mesmo sendo boas, não se viabilizam,
exatamente por não terem sido construídas e consolidadas pelos sindicatos.
Entendo que o movimento sindical de Dourados e
região deve permanentemente desenvolver debates, discussões, encontros,
congressos e formular políticas públicas (reivindicações e sugestões).
Convicto
de que este é o rumo, uma vez eleita a nossa chapa, o meu compromisso como
responsável pela formação sindical é promover diversos encontros intersindicais,
constituir coletivos de duração intersindicais e permanente da saúde, educação,
transporte, habitação, economia solidária, meio ambiente, etc, que possam
permanentemente estarem formulandoe atualizando as nossas propostas junto ao poder público, as empresas e a sociedade
.
Me
empenharei a frente desta pasta para que estas discussões sejam estimuladas na
imprensa e nas redes sociais na forma de artigos, mensagens e comentários;
realização de debates e divulgação das propostas já consolidadas pelo movimento
sindical junto às escolas, movimentos estudantil e sindical ,etc. Assim as
consolidaremos junto à sociedade e teremos a força política necessária para
forçar os governantes incorporá-las nos seus planos e ações de governo.
Concomitantemente
teremos uma prática sindical em que o sindicato vai além da luta corporativista
que é a defesa somente dos interesses dos trabalhadores em educação. Precisamos
ser capazes de ao mesmo que lutamos por objetivos específicos dos educadores,
contribuirmos para avanços e conquistas
para toda a classe trabalhadora e a sociedade.
*Professor
de geografia da rede estadual de educação, Escola Menodora, candidato pela
chapa 01 para a pasta de Formação Sindical.
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